O Tribunal Superior de Justiça de Ontário, uma das províncias do Canadá, determinou nesta sexta, 11, a saída de manifestantes contrários às medidas sanitárias que paralisam há vários dias uma importante passagem fronteiriça com os Estados Unidos, um bloqueio que levou Washington a interpelar o governo do premier Justin Trudeau. “Ordem aceita. O juiz decidiu que os manifestantes deviam partir antes das 19h” locais (21h de Brasília), tuitou Drew Wilkins, prefeito de Windsor, cidade canadense conectada à americana Detroit pela ponte Ambassador. O bloqueio desta passagem fronteiriça desde a segunda, 7, gerou perturbações dos dois lados da fronteira.
Na quinta-feira, Washington pressionou o chefe de governo canadense a recorrer aos “poderes federais” para dissolver os bloqueios. E nesta sexta, durante um telefonema com Trudeau, o presidente americano, Joe Biden, evocou diretamente “as sérias consequências” do bloqueio para a economia. Mais de 25% das mercadorias exportadas entre os Estados Unidos e o Canadá circulam por esta passagem fronteiriça. Horas depois, Trudeau afirmou que “as fronteiras não podem e não permanecerão fechadas”, prometendo intensificar a repressão policial. Embora tenha esclarecido que “todas as opções estão sobre a mesa”, o primeiro-ministro também informou que por enquanto não está disposto a mandar militares. “É uma solução de último, último, último recurso”, ressaltou.
Na manhã desta sexta, o primeiro-ministro da província de Ontário, o conservador Doug Ford, declarou estado de emergência. “Vamos tomar as medidas que forem necessárias para garantir a reabertura da fronteira. E aos assediados moradores de Ottawa, digo que garantiremos que possam voltar à vida normal o quanto antes”, afirmou durante uma coletiva de imprensa. Outras duas passagens fronteiriças permanecem bloqueadas: a de Emerson, que liga a província de Manitoba ao estado da Dakota do Norte, nos Estados Unidos, e outra na província de Alberta, no oeste. Ottawa espera um novo fluxo de manifestações no sábado, convocadas também em outras grandes cidades canadenses, como Montreal e Toronto, e em outros países, como França e Bélgica.
* Com informações da AFP