Nesta terça-feira, 1º, o programa Pânico recebeu Zé Trovão, caminhoneiro e deputado federal eleito por Santa Catarina. Em entrevista, ele prestou apoio aos setores que bloqueiam rodovias em todo o país desde o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais. “Com relação a quando isso tudo vai acabar, eu acredito, eles estão aguardando o pronunciamento do presidente Bolsonaro. Está todo mundo ansioso pelo que o presidente tem a falar à nação após uma eleição que criou um espanto gigantesco no Brasil. Ninguém imaginava esse resultado. As pessoas não conseguem engolir esse resultado, até por todas as situações que o candidato que venceu essas teve no passado. Essas pessoas estão revoltadas. Ver uma pessoa que outra hora teve problemas jurídicos ocupar a cadeira presidencial”, refletiu. “Um dos meus pedidos foi que o pessoal deixasse passar os carros, tem que ter um pouco de consciência. Deixar passar carro, mulheres grávidas, idosos e pessoas com pouca mobilidade. Remédios, oxigênio e carga viva… Está tudo passando. Claro que, com esses bloqueios, dificulta um pouco mais, mas tem a lateral para o pessoal passar.”
O deputado eleito garantiu que não há lideranças entre os manifestantes e pediu que aqueles que aderiram ao movimento sejam cautelosos e conscientes. “Foi uma coisa orgânica, o povo se manifestou, o povo foi para as ruas e para cima das BRs. Pararam os caminhões, e os caminhões aderiram juntos, todos estão se unindo. Não existe uma liderança. Acho que é um movimento de todos, não de uma única categoria, não tem um representante único, é o povo inteiro que está nas ruas”, disse. “Estou junto com vocês, prestando meu apoio e solidariedade, mas com muito respeito e muita cautela. Após esse pronunciamento a gente vai ter um desfecho, se as rodovias vão ser liberadas ou não. Agora temos que aguardar.”
Zé Trovão ainda rebateu as críticas que acusam os caminhoneiros de golpismo, afirmando que a classe está exercendo um direito constitucional. “Eu estou desde ontem pela manhã acompanhando tudo de perto, preciso preservar pela vida de todos que estão aqui, pela integridade, pedindo calma e muita consciência nesse momento. É um momento muito importante para eles, estão manifestando deu direito constitucional de não estar de acordo com o que aconteceu nas eleições”, pontuou.
“Porém, tenho que fazer o papel do lado contrário, que é pacificar e conversar, não deixar que parta para um lado que possa complicar a vida desses pais e mães de famílias que estão nas ruas”, pontuou Trovão. “Tem crianças, pessoas idosas, é uma situação muito delicada”, concluiu.