Com a continuidade das discussões e votação da chamada PEC das Bondades, representantes dos caminhoneiros voltam a se manifestar contra a proposta. Nesta quarta-feira, 13, o presidente da Associação Brasileiro dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, divulgou manifesto onde afirma que a “PEC da esmola” é uma tentativa de “comprar o direito mais digno de um cidadão”, que é o voto. Na carta, o representante da categoria endossa as críticas ao texto já aprovado no Senado Federal e em primeiro turno na Câmara dos Deputados, reforçando que “esse dinheiro não vai conseguir comprar os caminhoneiros”. “Caminhoneiro não é burro, não fizeram nada em três anos e meio de governo e agora vem com essa esmola que não resolve o problema”, diz o manifesto.
A “esmola” citada por Wallace Landim na mensagem é o auxílio mensal de R$ 1 mil proposto aos caminhoneiros autônomos até o final do ano. Esse novo programa social defendido pelo governo tem como objetivo minimizar os impactos dos recentes aumentos do diesel para a categoria. Entretanto, como a Jovem Pan mostrou, a categoria rechaça o benefício social, argumento que o valor não atende as demandas dos caminhoneiros, que gastam até R$ 5 mil ao dia com combustível para o serviço de frete. “Essa PEC eleitoreira fez o dólar subir, e como somos dependentes de diesel importado vai aumentar nas bombas”, diz Wallace, o Chorão, também no comunicado. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é chamada de eleitoreira por viabilizar os novos programas sociais, entre eles o Pix Caminhoneiro, a três meses da eleição e com duração apenas até o fim do ano.
“Lembrando que a greve é um direito resguardado na Constituição a todos os trabalhadores, e os caminhoneiros já não aguentam mais. Essa luta não é só dos caminhoneiros, mas de todo o povo brasileiro”, finaliza manifesto. Na semana passada, a Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a tramitação da PEC das Bondades, que vai empenhas R$ 41,25 bilhões em recursos da União. O deputado Nereu Crispim, presidente do grupo parlamentar e líder da categoria, defende que “os caminhoneiros não querem esmola, querem dignidade”.